(…) Humberto – Gostava de… (pausa) pensar.
Pensar que em tempos eu fora alguém, mas afinal sou mais um homem nesta terra. Só penso no imaginário. (estúpido) Sou estúpido, até a lua se ri de mim. (gesto “não”) Não tenham pena de mim.
Sinto-me importante e sem saber escrever esta proposição ou mesmo oração. (ainda mais estúpido) Tento escrever o que não existe, por isso é que não escrevi apenas, … (pausa) nada. Se eu não sei quem sou verdadeiramente, como vou escrever o pensamento do de não existe? Até por que não posso amolecer os cadáveres destas mal ditas palavras mortas. Sinto-me estranho dentro destas impossíveis linhas, que com o meu não esforço fui eu que as criei (…).